Públicos, Turistas & Comunidades

Os visitantes dos museus não são uma massa uniforme. As origens, as motivações, os contextos variam enormemente. Alguns planearam especificamente a visita ao museu. Outros visitam o museu porque a visita está incorporada num tour de um operador turístico. Outros ainda porque o museu está integrado na sua comunidade e faz parte da sua herança cultural.

Entre estes grupos de visitantes há confluência de interesses, mas também à divergência. Os grupos de turistas poderão importunar a visita do curioso informado. A pressão turística sobre as comunidades pode conduzir a uma diminuição da qualidade de vida, apesar dos benefícios para a economia local.

Há que estabelecer um equilíbrio cuja origem não depende apenas dos poderes públicos administrativos, mas também do comportamento de cada visitante, de cada turista, de cada membro da comunidade e, em particular, de cada museu.

Os museus devem promover a criação de “comunidades de paisagem” conscientes da sua identidade, envolvidas na sua preservação, participando no seu desenvolvimento sustentável (Siena Charter ICOM Italy 2014).

Os museus inspiram aprendizagem poderosa e de construção de identidade em crianças, jovens e membros da comunidade. Nos anos 1970, museus regionais e locais começaram a se concentrar na etnografia e história promovendo participação local, identidade e patrimônio comum.

Investimento nas artes e a cultura pode promover melhorias na qualidade do ambiente local e no padrão de vida das comunidades locais. Os museus regionais têm impactos positivos na economia, cobrindo áreas como turismo, habilidades, melhoria produtividade e como catalisadores da regeneração económica.

Segundo um estudo de John H. Falk, os visitantes dos museus podem ser divididos nos seguintes grupos:

  • Exploradores: acima de tudo são curiosos. Querem encontrar o conteúdo certo para o que lhes interessa e para saciar a sua sede de aprender.
  • Facilitadores: Proporcionar a experiência de visita ao museu a outras pessoas, por exemplo, o professor com os seus estudantes.
  • Profissionais/hobbyists: Procuram aprofundar o seu conhecimento numa área de interesse principal.
  • À procura de experiências: “Destination-Driven”. O museu como experiência para riscar da sua lista de coisas importantes a fazer.
  • Recarregadores: à procura de um santuário longe da confusão da vida moderna. Um lugar calmo para recuperar de horários loucos.

Estudos de Públicos

  • Dixit, S. (Ed.) (2017) The Routledge Handbook of Consumer Behaviour in Hospitality and Tourism. Routledge.
  • VVAA (2018-2019). Estudo de Públicos de Museus Nacionais [Públicos do Museu Nacional de Soares dos Reis (Porto); Museu Nacional Grão Vasco (Viseu); Museu Nacional de Machado de Castro (Coimbra); Museu Monográfico de Conimbriga – Museu Nacional (Condeixa); Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Museu Nacional de Arqueologia, Museu Nacional de Arte Antiga, Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, Museu Nacional do Azulejo, Museu Nacional dos Coches, Museu Nacional de Etnologia, Museu Nacional da Música, Museu Nacional do Teatro e da Dança, Museu Nacional do Traje]. Disponível em: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/museus-e-monumentos/dgpc/estudos-de-publicos/
  • Walmsley, B. (2016). From arts marketing to audience enrichment: How digital engagement can deepen and democratize artistic exchange with audiences. Poetics, 58. https://doi.org/10.1016/j.poetic.2016.07.001

Experiência de visitante/Visitor Experience

  • Barron, P., & Leask, A. (2017). Visitor engagement at museums: Generation Y and ‘Lates’ events at the National Museum of Scotland. Museum Management and Curatorship, 32(5), 473–490. https://doi.org/10.1080/09647775.2017.1367259
    Davis, A. & Smeds, K. (Eds.) (2016). Visiting the Visitor: An Enquiry into the Visitor Business in Museums. Transcript Verlag.
    Falk, J., & Dierking, L. (2011). The Museum Experience Revisited. The Museum Experience Revisited. Walnut Creek, CA: Routledge.
  • Fernandes, A. B. (2018). “But will there be visitors?” Public outreach efforts using social media and online presence at the Côa Valley Museum and Archaeological Park (Portugal). Internet Archaeology, (47). https://doi.org/10.11141/ia.47.5
  • Jones, C. (2019). Snapshots of Museum Experience: Understanding child visitors through photography. Museum and Society, 16(3), 414–415. https://doi.org/10.29311/mas.v16i3.2969
  • Ntamkarelou, L., Bantimaroudis, P., & Economou, M. (2017). Testing the Uses and Gratifications Approach to Museum Visiting: Adopting a Mediated Perspective in the Cultural Domain. Visitor Studies, 20(1), 56–71. https://doi.org/10.1080/10645578.2017.1297131
  • Roppola, T. (2012). Designing for the Museum Visitor Experience. London: Routledge.
  • Scott, N., Gao J., and Ma, Jianyu (Eds.) (2017). Visitor Experience Design. Oxfordshire, UK: CAB International

Comunidades

Projeto de Investigação PTDC/EGE-OGE/29755/2017 - Branding de 'Museus de Mar' de Portugal para um Ecossistema Competitivo e Sustentável: Modelo de Desenvolvimento de Públicos para Pequenos Museus. Créditos fotografias